26 de set. de 2013

Ceni reúne elenco são-paulino e fala de cobranças feitas à CBF

Um dos quatro são-paulinos a aderir ao movimento de atletas que fazem reivindicações à Confederação Brasileira de Futebol, Rogério Ceni tomou alguns minutos do treino desta quarta-feira para explicar a seus companheiros de elenco os próximos passos do movimento, que contou inicialmente com assinatura de 75 atletas das séries A e B do Campeonato Brasileiro.

Em tom de brincadeira, o técnico Muricy Ramalho brincou sobre o pedido feito a ele pelo goleiro. "Se ele der preleção dessa quando for treinador não vai durar muito. Ele pediu uma palavrinha, cinco minutos, mas foi longa. Se for desse jeito como treinador, não vai aguentar, não", disse, rindo, antes de apoiar a atitude. "Ele se preocupa muito com a profissão e explicou para os outros o que é que está sendo feito".


Também participam do movimento (denominado Bom Senso FC) mais três jogadores do São Paulo: Fabrício, Jadson e Luis Fabiano. O volante é um dos atletas mais articulados do grupo, ao passo que o meia e o atacante têm passagens por Seleção Brasileira e vitoriosa carreira internacional. O quarteto, que conta com apoio do treinador, deve convencer os demais colegas a se unir ao grupo.

"Conversei com o Rogério na concentração do último jogo, em Goiânia. Acho muito correto o que estão fazendo. Já demorou a fazer isso. Eles não estão só pensando nos jogadores. Estão pensando não só nos jogadores. Estão pensando na melhoria do futebol, porque está uma loucura, joga-se todo dia. Os jogadores não se preparam", opinou Muricy.

Em nota divulgada na terça-feira, os atletas demonstraram preocupação com relação ao calendário de jogos de 2014 divulgado pela CBF, tendo em conta "o curto período de preparação proposto e ao elevado número de jogos em sequência", e solicitaram uma reunião com a entidade, a fim de "discutir melhorias em prol do futebol e da qualidade do espetáculo apresentado".

Antes do encontro com os dirigentes, os jogadores vão se reunir entre si, na capital paulista, na segunda-feira. A ideia é não cobrar apenas mudanças no calendário, mas também discutir questões de salários atrasados, gramados de baixa qualidade e demais problemas do futebol brasileiro. Depois de pronta, a pauta será finalmente levada à entidade.

"O que disse ao Rogério é que não pode ficar só na fala, senão não dá certo. Eles não estão pensando exclusivamente para esta temporada, mas a longo prazo", aconselhou o treinador são-paulino.